terça-feira, julho 18

OLHATVÊ

Carlos César era deputado regional quando declarou, com todo o vigor, que o financiamento das redes de emissão da RTP e RDP nos Açores “não eram vocação nem obrigação do Governo Regional”. Na viragem dos anos 80 para a década seguinte, o investimento que então se fazia naquelas infra-estruturas de comunicação, além de proporcionar aos açorianos o acesso à rádio e televisões públicas, era decisivo no domínio da protecção civil, já que uma eficaz cobertura radiofónica permitia alternativas de contacto com eventuais lugares assolados por catástrofes. Por exemplo, a colocação de um emissor no Pico Alto, em Santa Maria, era, e é, uma forma segura de comunicar com toda a costa sul da ilha de S. Miguel, em períodos de inoperacionalidade dos meios de comunicação instalados na serra de Água de Pau.
Estas e outras explicações que dei, enquanto Subsecretário Regional da Comunicação Social, não convenceram o incrédulo deputado Carlos César.Passados estes anos, o mesmo político mudou de opinião. Agora financia (e bem!) a rede de emissão daquelas empresas públicas de comunicação social. E até já considera de interesse e obrigação regional suportar os custos com equipamentos informáticos e pessoal que ali trabalha, em vez de exigir ao Governo da República o cumprimento das obrigações que tem para com o serviço público de rádio e televisão, também nos Açores.

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